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O que acontece quando nos colocamos no lugar do outro?

Postado em 04 de Dezembro de 2019 - de Vivian Helena Leis - Advogada, Antropóloga e Master Practitioner em PNL

Expressar-se de forma efetiva é um instrumento fundamental tanto nas relações de trabalho quanto nas interpessoais. Aquela conversa importante, na qual você precisa dar um feedback negativo deixando clara a intenção positiva ou uma relação desgastada que você quer reconstruir com determinada pessoa são situações típicas, nas quais a assertividade faz toda a diferença.

A responsabilidade de se fazer entender e transmitir mensagens ou comandos de maneira clara e objetiva é de quem se propõe a comunicar-se. Assim, a escolha da forma e termos na elaboração dessas mensagens pode representar armadilhas colocando em risco o resultado desejado.

Não são raras situações em que o comunicador tinha uma intenção, elaborou seu discurso, mas na hora de se comunicar o resultado não foi eficaz. A Programação Neurolinguística - PNL possui a técnica das Posições Perceptivas que consiste em colocar a pessoa em outros papéis, permitindo-a experimentar a situação sob outra perspectiva. Ao se colocar no lugar do outro ou na posição de expectador é possível que a pessoa passe a considerar pontos que ela não havia percebido, permitindo, então, a identificação de alternativas para suas ações. Por exemplo, fazer de forma diferente ou abordar determinado tema de outra maneira e buscar resultados mais efetivos.
Essa ferramenta consiste na vivência da mesma experiência a partir de quatro posições.

A primeira delas é a que o comunicador vivencia a situação de conflito (aquela em que a pessoa não está obtendo o resultado almejado) e tem como referência seus próprios sentidos e percepções. Nesse momento, ele se associa à situação e deixa que a emoção se manifeste.
Na segunda, ele é convidado a ocupar a posição de seu interlocutor- aquele com quem existe alguma dificuldade na comunicação. Nessa posição, o desafio é vivenciar a experiência da perspectiva do outro e sentir tudo o que o interlocutor sente: se colocar no lugar do outro e se associar às emoções que aquela posição pode causar.
A terceira posição proporciona ao indivíduo uma visão dissociada da situação, ou seja, observa a situação de modo mais racional. Nela não há envolvimento emocional com o contexto: é como se a pessoa estivesse assistindo uma cena e considerando os dois lados.
Por fim, na quarta posição (sistêmica) a situação será experimentada da perspectiva do todo envolvido. Nesse momento, a atenção está na preservação do equilíbrio. É como se fosse possível a pessoa se colocar no estado de onisciência e, então, como consciência que paira sobre toda a situação fosse capaz de ponderar o equilíbrio entre todas as partes.

A mudança de perspectiva possibilita o esclarecimento de diferentes aspectos da situação. Ao passar pelas primeira e segunda posições (ambas de forma associada – ligadas às emoções de quem está em cada uma delas) é possível uma autoanálise, na qual a pessoa pode avaliar suas próprias ações e sentimentos, além das que causa ou é capaz de causar em outros.

Dessa forma, tomando consciência de seus sentimentos e do potencial de influência que tem, o desafio passa a ser a busca por formas alternativas de comportamento para transmitir exatamente o mesmo conteúdo, mas com maior possibilidade de sucesso. Já a perspectiva do sistema, permite a visão do todo, o que viabiliza a mensuração de quais atitudes são salutares ou não para os envolvidos:

• 1ª posição: Vivenciar as emoções que afloram na pessoa quando vive determinada situação
• 2ª posição: Experimentar os sentimentos de quem está recebendo a mensagem que ser passar da forma como está sendo feita.
• 3ª posição: Observar a interação entre comunicador e interlocutor.
• 4ª posição: Avaliar o equilíbrio na interação entre comunicador e interlocutor em relação a todos envolvidos.

Para ficar mais claro, imagine uma filha que tinha conflitos quando tentava se comunicar com seu pai. A reclamação era a de ser interrompia enquanto falava, o que a impedia de finalizar seu raciocínio.

Após a aplicação da técnica, ela percebeu que agia de forma desnecessária como revirar os olhos, fazer cara feia, demonstrando impaciência com o pai. Também compreendeu o que essas atitudes causavam nele. Ao observar a situação, essa filha, então, identifica a possibilidade de agir de forma diferente (evitar a cara feia, ter empatia e de ouvir com paciência).

O resultado é a melhora na comunicação e convivência entre ela e o pai. Uma relação mais leve tomou lugar do conflito que antes se instalava: ela passa a pedir pacificamente ao pai que a espere terminar seu raciocínio para ele se posicionar na conversa. E, quando seu pai fala, ela ouve pacientemente. Assim, a partir da aplicação da técnica foi possível uma comunicação assertiva, o que permite uma relação mais saudável.

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