Você tem uma tarefa importante a cumprir. O prazo está apertado e a tarefa não é nada simples. Aí você diz: puxa, que tarefa difícil! Agora, pare não apenas para pensar, mas também para sentir o efeito da palavra “difícil”… diga esta palavra em voz alta e procure sentir o efeito dela em seu corpo. Já percebeu o que uma palavra dessa gera em você? Parece até que ela traz um peso a mais ao nosso corpo.

Este é um efeito normal do significado que certas palavras têm em nossas vidas. Nós damos um significado adicional ao seu significado no dicionário; trata-se de um significado resultante de nossas experiências. Em outras palavras, quanto mais vezes utilizarmos a palavra “difícil” em situações realmente críticas, onde nosso estado emocional está bastante abalado, maior será seu efeito cada vez que a utilizarmos.

Quem faz tudo isso é o nosso cérebro. Ele nos “ajuda” a associar palavras com nossas experiências. Por isso, devemos estar bastante atentos com nossa linguagem a fim de evitarmos que nossos objetivos sejam bloqueados por nossa própria forma de nos referirmos a eles.
Vejamos então alguns exemplos de palavras e seus efeitos em nossas experiências, e o que podemos fazer para melhorá-las:

AINDA – Uma palavra que abre muitas possibilidades. Portanto, use-a apenas em cenários positivos, como “ainda não tenho a casa dos meus sonhos”. Seu cérebro te ajudará a perseguir o que está associado a esta palavra, pois ele entende que “ainda” não aconteceu, e te ajudará a conquistar. Jamais use-a em cenários negativos como “ainda não fui assaltado…”. O comando a seu cérebro será algo do tipo “prepare-se pois ainda vai acontecer", e ele vai te “ajudar” a se precaver disso, te levando a um constante estado de tensão.

TENTAR – Um verbo que implicitamente diz que, se não conseguir, está tudo bem. Elimine-o de sua linguagem! Como diria o mestre Yoda em um dos filmes da saga Guerra nas Estrelas, “Faça, ou não faça”. De forma alternativa, utilize a palavra EXPERIMENTAR, pois ela inclui ação e não uma simples tentativa.

É DIFÍCIL – Expressão bloqueadora e paralisante, que retira a energia necessária à ação. Que tal trocar por “não é fácil” ou “é desafiador”? As possibilidades de sucesso serão grandes, uma vez que as experiências associadas com as palavras “fácil” e “desafio” são bem mais positivas.

MAS – O “mas” suaviza o que foi dito até aquele momento e enfatiza o que vem depois. Nosso cérebro ajuda nesta associação com a parte final da frase. Desta forma, utilize o que merece ser enfatizado depois dele, como por exemplo “você foi desobediente, mas é um bom menino!”.

NÃO – O cérebro não registra o não enquanto um processo ou ação, e também não o entende quando acompanhado de uma imagem. Por exemplo, quando se diz: “ Não pense numa maçã”. A primeira coisa que se visualiza é exatamente uma maçã – o não é simplesmente ignorado. Quando as pessoas dizem: “Não quero gritar igual à minha mãe!”, por milésimos de segundo o cérebro traz um flash da mãe gritando. O que está sendo reforçado é essa imagem e é bem provável que ela venha a gritar tanto quanto a mãe.

Como se pode perceber, devemos cuidar bem das palavras que utilizamos em nosso dia a dia, especialmente nas que utilizamos para comunicar nossos desejos e objetivos. Utilizando palavras mais positivas, estaremos ordenando nosso cérebro a atuar neste sentido, e sentiremos seus efeitos em nosso corpo e em nossas emoções, transformando de forma efetiva nossas ações.

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